Como Charlie Chegou na Minha Vida

Ele chegou na minha vida sem eu querer, sem eu buscar, em um momento de muito trabalho, sem tempo para mais nada. Eu não tive coragem de negar sua entrada na minha vida, mas ao mesmo tempo não queria ficar com ele para não pegar amor. Charlie nasceu em uma família americana no sul da Flórida e foi adotado aos 2 meses, ou exatamente 40 dias, por um casal (minha irmã e seu marido). Com a chegada de um filhote muito animado, grande e brincalhão, Charlie ganhou o nome Giorgio.  

Mas para infelicidade da minha irmã, os gêmeos de 3 anos não se adaptaram a alegria desse cãozinho. O pobre Charlie, então chamado de Giorgio, passava o dia confinado em uma casinha para cachorros, só podendo sair duas vezes ao dia para fazer suas necessidades e logo em seguida era enjaulado novamente.

Isso acontecia porque as crianças tinham medo dele, e por isso não era permitido soltá-lo pela casa. Minha irmã ja não agüentando mais essa situação perguntou se eu queria o “Giorgio” para mim. Lógico que eu disse não! Nem o havia conhecido ainda, só o tinha visto por fotos, e eu já tinha 2 grandes golden retrievers, então meu não foi quase que com certeza. Mas meu coração de mãe, disse vou perguntar ao Osvaldo, meu marido, ver se ele quer conhecer o cachorro. Mas eu já sabia que não, que não iríamos querer mais cachorros em casa, afinal são como humanos, só que de 4 patas e precisam de muita atenção e cuidados.

Chegou o dia de conhecer ele, ela abriu a porta da lavanderia, onde ele vivia, apertado, triste e assustado, e ele olhou a todos com medo, mas pulou no colo do meu marido. Naquele momento, Osvaldo sem dizer nada, colocou ele no banco de trás do seu carro e disse: vamos embora.

Fiquei de boca aberta, sem entender, olhando para aquela criatura cheia de pêlo e pensando, como assim, mais um cachorro em casa, eu não vou cuidar sozinha, eu não posso com tanto trabalho, e já resmungando disse: o cachorro é seu, não quero pegar amor, não quero nada com ele!

Eu me lembro que logo em seguida da chegada do “Giorgio” fui a NY em um curso e fiquei 10 dias por lá. Meu marido e filho cuidaram dele e eu só de longe tentando aceitar mais um membro na família. Por fim, voltei de viagem e comecei  a fugir dele não queria ama-lo, é ruim demais amar esses bichinhos, sou muito intensa com amor.

Para resumir: meu marido mudou o nome dele para Charlie, eu depois de limpar muito xixi pela casa e de muito correr atrás dele, hoje eu o amo de paixão, dorme no nosso quarto, ele me acorda as 6:00 am com lambidas, pisadas na barriga, mordidas, quer acordar e eu tenho que levantar, eu poderia ficar brava, mas acho bonito, isso que é pior. Já chamo de filho, beijo o tempo inteiro, coloco debaixo da minha asa, dou beijo triplo nos três, sinto-me como uma mãe realizada. Eu sempre quis ter 4 filhos, e todos nossos desejos se tornam realidade, agora sou mãe de Lucca Henri, Max, Bobby e Charlie Hermes, Sim Hermes, porque já veio com um H no pescoço, uma manchinha branca no pelo em formato de H.  

Fotos: Mari Hart 

Meu Look: Jeans da Seven, Cardigan da BananaRepublic, Echarpe e Bolsa Burberry.      

CHARLIE-BOY CHARLIE-BOY CHARLIE-BOY CHARLIE-BOY CHARLIE-BOY CHARLIE-BOY CHARLIE-BOY CHARLIE-BOY CHARLIE-BOY CHARLIE-BOY

About

Leave a Reply